sábado, 27 de março de 2010

Formação ética - O microcosmo e o macrocosmo

A partir de hoje, começaremos a publicar um resumo de uma formação ética dada pelo Pe. José Kentenich a jovens. São vinte pontos, que publicaremos aos poucos.


Apresentação

Na origem do Movimento de Schoenstatt a formação ética teve um papel decisivo. O Fundador propôe aos jovens oferecer à Mãe de Deus os esforços que o empenho ético lhes exigia, para que Ela se estabeleça e transforme uma simples capelinha num lugar de graças. Tem-se aí o núcleo vital e a força motriz do Movimento de Schoenstatt. Assim, a forte acentuação e motivação éticas na formação dos jovens foi naturalmente vinculada, desde o início, ao sobrenatural.

Por formação ética entendemos a purificação, clarificação ou decantação da natureza humana. É uma obra que toda pessoa humana tem como tarefa durante a sua vida terrena. Deus quer nos salvar, mas não o faz sem nossa cooperação. São Paulo diria: é preciso completar no próprio corpo o que falta à ação salvadora de Cristo.

O vínculo à realidade sobrenatural necessita, como base, uma natureza sadia, que se adquire justamente pelo esforço ético. A religiosidade sem ética pouco adianta e a ética sem o elemento religioso chega logo aos limites porque faltam-lhe o objetivo, a motivação e o apoio sobrenaturais.

Assessorando os jovens, Pe. Kentenich desenvolveu uma serie de palestras sobre este assunto (publicadas no „Unter dem Schutze Mariens“). O presente trabalho baseia-se nelas.


01 O microcosmo

No homem encontram-se as cinco realidades do ser e por tanto ele pode ser visto como um microcosmo, um mundo em miniatura. Esta visão tem importância, esclarece muito sobre a existência humana e o Fundador de Schoenstatt, por isso, tratou-a junto com os jovens, por meio de palestras dentro do tema "autoconhecimento e autoformação".

O homem possui elementos minerais que constituem a matéria-prima na construção de sua parte física. É simples matéria que se encontra nele numa determinada composição; é "barro" como a Bíblia se expressa.

Também elementos da realidade vegetativa encontram-se no homem. Temos em comum com a vegetação as características do crescimento vegetativo em todas as partes do nosso corpo.

Com o animal temos em comum o recurso sensorial, as paixões (Leidenschaften, Triebe) e instintos.

Temos vida espiritual como os espíritos (Anjos), e com isso possuímos razão e vontade (livre arbítrio).

Finalmente, participamos da vida divina porque, como cristãos, fomos incorporados em Cristo e beneficiados com fé, esperança e caridade, o que nos eleva a uma nova realidade: ao divino.



02 O macrocosmo

Pelo fato do homem reunir em si elementos das cinco realidades do macrocosmo, ele é influenciado por eles e os influencia.

O macrocosmo é condição para que o microcosmo (homem) possa existir. O macrocosmo (criado) tem por objetivo o homem, está a serviço do homem; sua finalidade é o homem. Tudo foi construído para o homem e em última análise converge tudo para Cristo o Filho do Homem e Filho de Deus. O fato de que o objetivo da criação é o homem, deixa-nos pasmados. Deus criou o mundo para nós e nos para Si.

A criação respeita o homem e está a serviço do homem enquanto este respeita seu Criador. Quando o Criador não é respeitado, a criação se revolta contra o homem e os elementos que constituem este microcosmo caem em desordem, de forma que o elemento animal não obedece mais ao espírito.

Os elementos do macrocosmo unificados no microcosmo, formam uma nova realidade, uma unidade em que um depende do outro. O elemento espírito, por exemplo depende do "animal" e o "animal" depende do espirito. Devem, por isso, viver em harmonia entre si e numa determinada hierarquia. Temos aqui, precisamente, o campo de batalha no qual todo ser humano tem que confrontar-se consigo mesmo. Sua felicidade ou infelicidade é dependente do resultado desta batalha.



No fim de cada post, haverá um vídeo de uma música schoenstattiana. Começamos com "Hasta que el mundo arda por El".




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