quarta-feira, 28 de abril de 2010

Formação ética - Os sentidos: externos e internos

Segue o material de formação ética. (1ª parte e 2ª parte)

05 Os sentidos


Além dos fatores que herdamos dos nossos antepassados, nada está na nossa alma (no consciente ou incons-ciente) que não tenha passado pelos sentidos.

Os sentidos são os canais de intercâmbio entre a alma e o mundo.

Intercâmbio! Como é possível um intercâmbio entre dois mundos totalmente diferentes: entre o mundo mate-rial e o mundo espiritual considerando que cada um é regido por suas próprias leis?

Como funciona este interessante intercâmbio que faz parte do nosso dia-a-dia e que acontece a qualquer ins-tante?

E qual é a sua importância, levando em conta que somos livres no uso dos sentidos?

Colocando estas perguntas percebe-se que deveríamos ter um sólido conhecimento sobre o assunto.


06 Sentidos externos

Quando se olha num espelho enxerga-se a si mesmo. É verdade isto? Não é verdade, pois o que se enxerga são apenas traços, superfícies, cores, extensões. Também em nossos olhos espelham-se apenas as partes ex-ternas de tudo que enxergamos.

O mesmo acontece com os outros sentidos: o ouvido escuta ruídos, mas não palavras,;a mão sente algo duro, mas não uma pedra; o gosto e o olfato sentem algo sem poder identificá-lo.

Os objetos e situações somente excitam os sentidos e nada mais. Cada sentido é tão específico que não pode ser substituído por outro.

Para que os sentidos entrem em ação, precisam ser excitados e esta excitação é transportada para o cérebro. É este o processo de intercâmbio entre a alma espiritual e o mundo material.


07 Sentidos internos

Imaginemos um determinado objeto. Os olhos enxergam extensão e cores, os ouvidos percebem ruídos, a mão sente aspereza, o olfato capta determinado odor e o paladar experimenta algo amargo. Quem diz que o objeto é uma fruta, uma folha, uma flor ou um pedaço de madeira?

Os dados captados pelos sentidos externos são transportados ao cérebro, a uma central, que chamamos de sentido unificador ou integrador (Gemeinsinn). Observemos esta mesa. Os olhos enxergam extensão e cor; a mão sente o tipo de superfície; os ouvidos captam o ruído quando a mão passa; o olfato sente o cheiro de um determinado material. São as propriedades externas do objeto. Quem diz, então, que este objeto é uma mesa? Os sentidos externos não têm esta capacidade, porque cada um capta somente sua parte. Se ficasse por isso, não poderíamos dizer que o objeto é uma mesa. Mas o sentido unificador é capaz de unir as mensagens dos diversos sentidos e de formar uma impressão única.

Entra um outro sentido interno em ação, que arquiva os dados recebidos: a memória, capaz de guardar os da-dos captados durante a vida inteira. Esta memória tem uma parte ativa - o que é lembrado e uma parte passi-va - o que não é lembrado, ou seja o consciente e inconsciente.

Temos ainda um terceiro sentido interno: a fantasia. Ela serve-se dos dados da memória ativa e passiva. Tra-balha com eles, combina, mistura, cria e produz com muita criatividade mil coisas. A fantasia produz tam-bém os sonhos agradáveis e menos agradáveis.

Temos os sentidos em comum com os animais, tanto os externos como os internos.


Hino de Franz Reinisch

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