08 A razão
Nossa razão é dependente dos dados captados e trabalhados pelos sentidos externos e internos. Ela cria uma idéia das coisas e as caracteriza, por exemplo, com um nome; é capaz de planejar e na sua atividade, serve-se especialmente do potencial e dos dados dos sentidos internos.
No caso de se dispor de uma memória plena de dados valiosos e positivos e de uma fantasia pura e disciplinada, a crazão tem como criar obras de valor. Do contrário, de uma memória cheia de imundícies e de uma fantasia solta e desviada, as criações da razão serão de acordo com esta condição. A idéia formada pela razão expressa-se em múltiplas formas: pela palavra, por desenhos, por objetos artísticos, pela música, etc. As obras do homem e o ambiente que cria em torno de si são um espelho do seu interior.
Com os sentidos captamos as coisas concretas. Com a razão podemos abstrair o concreto. Dizemos, por exemplo, "casa" sem pensar numa casa concreta. Dizemos "homem" sem pensar numa pessoa concreta mas referindo se ao homem e a mulher como tal.
É muito importante que tenhamos uma idéia abstrata das coisas sem pensar no concreto: uma idéia do homem, uma idéia da mulher, uma idéia da sociedade, uma idéia do trabalho, uma idéia da vida, etc.
09 As paixões
Se corpo e alma possuíssem somente sentidos e razão, nada iria acontecer no mundo. Sentidos e razão nada modificam, somente reconhecem. Não haveria nenhuma ação além de acumular dados.
Para transformar o reconhecimento em ação, possuímos as paixões (Leidenschaften, Triebe) e a vontade (Wille). As paixões, estimuladas pelos dados que os sentidos lhes fornecem, agem de dentro para fora e intervém no mundo.
As paixões são as forças motrizes que podem levar a pessoa a incríveis ações: amores, conquistas, artes, explorações, caridade, ódios, construções, guerras, etc.
É preciso guiar e dirigir as paixões a objetivos nobres. Elas sozinhas não tem parâmetros, não têm regras, são forças apenas, é potencial de vida, é vitalidade, tendência a expansão... As paixões precisam do espírito para guiá-las.
Percebe-se aí a importância do conhecimento desta matéria para poder organizar-se e para aproveitar positivamente estas forças.
Dividimos as paixões em dois grupos: as paixões concupiscíveis e as paixões irascíveis e que serão abordadas no próximo texto.
El que muere por mí
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