quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Encontro Regional de Lideranças: retomando uma tradição

Como era tradição do Jumas do Rio Grande do Sul na década de 80, foi realizado o Encontro Regional de Lideranças no Centro Tabor, junto ao Santuário Puer et Pater!

Nos dias 18, 19 e 20 de fevereiro, 20 jovens do Rio Grande do Sul, assessorados pelo Ir. Manfred, pelo Padre Clodoaldo e pelo sr. Benedicto, realizaram o Encontro Regional de Lideranças.

O objetivo principal do encontro era aprimorar a formação dos atuais líderes da Juventude Masculina de Schoenstatt gaúcha e também instruir novos. Para esse fim, foram feitas três reuniões, as quais trataram da missão assumida no Congresso de Hoerde, de técnicas de reunião e brincadeiras e de uma reflexão sobre a relação líder-grupo.

Além disso, o encontro serviu para integrar mais o Regional Sul. Com representantes de Frederico Westphalen, Santa Cruz do Sul, Santa Maria e Santo Ângelo, foram tomadas algumas decisões importantes para o futuro próximo do Jumas:

- a Patena, símbolo nacional, que já visitou Frederico Westphalen e estava em Santo Ângelo, irá para Santa Cruz do Sul;

- o trajeto feito costumeiramente pelo Servo de Deus João Luiz Pozzobon, conhecido como “Nos Passos do João”, será, na medida do possível, percorrido não só pelo Jumas Santa Maria, mas também por todo o regional;

- o Regional participará das festividades do jubileu de 25 anos da Jumas Frederico Westphalen;

- os Encontros Regionais de Lideranças serão anuais; e

- o Regional Sul se compromete a realizar a Missão nacional em 2012!

Que na Aliança de Amor o Regional Sul possa encontrar força para assumir o chamado da Mãe de Deus.

Vinculados Por Maria, Fogo do Cristo Tabor!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Nos passos do João 2010 - II edição


Repetindo o feito do feriado da Independência de 2007, o Jumas Santa Maria seguiu os caminhos trilhados pelo Servo de Deus Joao Luiz Pozzobon, criador da Campanha da Mãe Peregrina em 1950. O longo caminho, percorrido frequentemento a pé por João, é muito duro, com curvas e declives acentuados. Enfrentando um frio leve pelas manhãs, pudemos sentir na pele um pouquinho do que sentia Pozzobon, que seguia seu caminho para levar a Virgem Maria à milhares de famílias da Quarta Colônia com qualquer tempo. Dizia João Pozzobon, quando começava a chover e a embarrar a estrada: "Agora é que fica bom!". Certamente foram momentos inesquecíveis, que nos fazem aguardar o próximo ano, para repetirmos a dose!

O caminho
Nos dias 04, 05 e 06 de setembro de 2010, uma semana antes do aniversário de 60 anos da Campanha (10 de setembro), foram percorridos 113 km em 8 horas e 41 minutos de muitas pedaladas. Saindo de Camobi, em Santa Maria, passamos por Silveira Martins, Ivorá, Faxinal do Soturno, São João do Polêsine (e na localidade de Ribeirão, onde nasceu JLP) e Vale Vêneto, voltando pelo caminho da Pompéia.

Abaixo as estatísticas por trecho:

De Santa Maria até Silveira Martins (sábado de manhã, 04/09/2010)
1:38h pedalando Distância: 20,6 Km Velocidade Média: 12,1 Km/h Vel. Máx.: 34,7 km/h

De Silveira Martins até Ivorá (sábado à tarde, 04/09/2010)
2:02h pedalando Distância: 23,3 Km Velocidade Média: 11,4 Km/h

De Ivorá até Vale Vêneto (domingo, 05/09/2010)
3:08h pedalando Distância: 37,4 Km Velocidade Média: 11,9 Km/h Vel. Máx.: 39,9 km/h

De Vale Vêneto até S. Maria (segunda-feira, 06/09/2010)
1:53h pedalando Distância: 32:2 Km Velocidade Média: 17,0 Km/h Vel. Máx.: 53,9 km/h

Confira as fotos do trajeto aqui!


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Eu, minha fé e o mundo

Na última enquete realizada pelo blog, o tema escolhido foi "JUMAS e a sociedade". Indiscutivelmente, seria um belo tema para várias reuniões de formação, além de um chamado à reflexão pessoal constante.

Antes de tentarmos decifrar o que Deus pede aos católicos e, de forma especial, ao Jumas, precisamos dar algumas características de nosso tempo:

- Ateísmo e esquecimento de Deus: a partir do final do século XVIII, com a Revolução Francesa e seus teóricos, um forte movimento ateísta tomou as universidades (criação da Igreja Católica) e influenciou centenas de teóricos. Como consequência dessa total racionalização e desespiritualização humana, nada menos que as Guerras Mundiais e os regimes nazi-fascistas e comunistas (estes últimos, infelizmente, ainda na moda), sem esquecer as próximas características de nosso tempo;

- Falta de respeito pela vida humana: aborto, eutanásia, suicídio, eugenia (seleção das pessoas que "merecem" viver de acordo com características físicas) e genocídio. Atos cada vez mais comuns a cada década que passou nesses últimos dois séculos, são defendidos através de eufemismos e sofismas por movimentos poderosos, que mascaram as reais consequências dessas atitudes repugnantes e assassinas.

- Erotização do comportamento humano: o sexo, no senso comum, deixou de ser um ato sagrado praticado entre um homem e uma mulher, preferencialmente casados (para a Igreja, é sempre sagrado e sempre entre homem e mulher na constância do casamento), para se tornar apenas um objeto de prazer, não importando se com um homem, uma mulher, um animal ou uma criança (no Brasil, o líder do Movimento Gay, Luiz Mott, e o professor Denílson Lopes fazem campanha pela "legitimação" da pedofilia )

- Desvalorização da Família e relativização do Amor: a Família, como instituição, é cada vez mais banalizada. Hoje, apenas 10 países consideram a relação de duas pessoas do mesmo sexo como similar a uma família. Contudo, na próxima década, inevitavelmente o lobby feito pelo movimento gay resultará em aprovações em mais nações. O amor é relativizado. Amar, para o mundo, não é mais ser capaz de dar a vida em sua integridade pela pessoa amada; pelo contrário, é ter prazer físico com o corpo da outra pessoa.

- Perseguição aos cristãos: vivendo em um páis de relativa paz social, muitas vezes ficamos alheios às perseguições sofridas por nossos irmãos que professam a mesma fé. Jesus Cristo, o Filho de Deus Pai, foi perseguido e nos avisou: "Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós". (Mt. 5, 11-12). Seus discípulos foram perseguidos, os primeiros cristãos foram perseguidos e, em nenhum momento, o cristianismo deixou de ser atacado. Na Ásia e África, cristãos são mortos por serem cristãos; no Ocidente, cristãos são perseguidos pelas suas opiniões.

- Falta de sentido na vida: Acompanhamos crescer nos últimos anos a campanha pela liberação do uso de drogas ao redor do mundo, movimento que está ficando cada vez mais forte no Brasil. Em nome de uma pretensa liberdade, o que haverá é um maior aprisionamento dos jovens em um mundo alienante, incapazes de se libertar de seus vícios e encontrar um sentido na vida. Como consequência óbvia, a crescente taxa de suicídios e de ocorrência de depressão, como conclui Victor Frankl ao passar pelos campos de concentração da II Guerra Mundial (para saber mais: 1 e 2)

Qual a resposta dos católicos e do Jumas a tudo isso?

Como católicos, precisamos, em primeiro lugar, defender nossa fé e o direito de cada pessoa, cada indivíduo, proclamar sua fé. As universidades, criação da Igreja Católica, são hoje berço do mais odioso ateísmo, que proclama as mais variadas mentiras para atacar ora a própria Igreja que as criou, ora o próprio Deus. Como jovens católicos, precisamos ocupar esse espaço que já foi nosso, para formar os novos intelectuais católicos.

Em nosso país, devemos deixar bem claro que Estado Laico não é Estado Ateu. O Estado nunca deve impor a imagem de um crucifixo, entretanto não pode proibir nenhum cidadão de expor sua fé. Por isso, devemos rejeitar todas as formas de governos coletivistas e totalitários que, apesar do fracasso de todas as experiências nesse sentido do século XX, teimam em ressurgir em nosso continente, como na Venezuela, na Bolívia e no Equador, e em se perpetuar na África e Ásia. Nesses lugares, religião e opinião são aceitas e respeitadas apenas se estiverem de acordo com as intenções dos governantes. Além disso, no próprio mundo ocidental vemos os cristãos sendo perseguidos. O que fazer? Orar e trabalhar para que essa situação mude. Devemos informar nossos amigos e familiares dos horrores que ainda hoje ocorrem no mundo a pessoas que professam a mesma fé que nós.

Além disso, nossa defesa da vida deve ser incondicional. Aborto, exploração de células-tronco embrionárias e eutanásia devem ser firmemente rejeitadas. Como práticas criminosas que são, extirpam a vida de seres humanos como qualquer um de nós por um simples ato egoísta de um semelhante.

A única diferença entre um embrião, um feto de 22 semanas, um adulto de 33 anos e um idoso centenário é o tempo e a alimentação. Alimente um embrião e lhe dê tempo: teremos uma criança, um adolescente, um adulto e um idoso.

Como homens, filhos de Deus, Criador do Universo, devemos seguir a ordem natural das coisas. A ciência prova que o universo tem uma ordem, dada por Deus para a seguirmos. Assim, a humanidade deve viver os atos sexuais de forma ordenada, um homem e uma mulher, responsáveis pelos atos que praticarem. O Matrimônio é um Sacramento que abençoa a união de um homem e uma mulher, que se comprometem a viverem fiéis e unidos em todas as dimensões (espiritual, afetiva, racional e física), não só na dimensão física, como propõe o mundo. Por isso, rejeitamos qualquer forma de casamento que não seja entre um homem e uma mulher livres pra aceitarem as mútuas responsabilidades, capazes de criar seus filhos e assim perpetuarem a humanidade.

Esses são apenas aspectos gerais da situação atual e algumas pequenas ações que devemos tomar. Cada um de nós, batizado e crismado, deve implorar ao Espírito Santo seus Dons para que possamos agir segundo a Palavra de Deus, conhecendo e estudando a realidade, para transformá-la e, nas palavras de nosso Pai e Fundador, Padre José Kentenich, "formar o Homem Novo e a Nova Comunidade". Deus é o Deus vivo, que interfere no decorrer da história, que providencia e atende os pedidos daqueles que O pedem. É esse Deus que queremos transmitir ao mundo, assim como fez o Pe. Kentenich.

Vinculados por Maria, Fogo do Cristo Tabor!

domingo, 1 de agosto de 2010

Minha fé foi confrontada! O que faço?

Certamente, todos nós tivemos e temos nosso fé confrontada em nosso cotidiano. O que devemos fazer quando isso ocorre?

Buscar a verdade! Invariavelmente, um cristão deve sempre buscar a verdade - Jesus diz que É o caminho, A VERDADE e a vida (Jo 14, 6) -, seja através da ciência, seja através da filosofia/teologia.

Nesse sentido, na nossa barra lateral, na seção "O que o Jumas lê", temos vários blogs que buscam responder a essas confrontações que partem tanto de nosso interior quanto de outras pessoas.

De forma especial, gostaria de indicar os blogs Apologia, Deus em Debate e Tubo de Ensaio, além do site do Padre Paulo Ricardo de Azevedo.

Os dois primeiros tratam, de forma especial, de debates entre famosos ateístas e defensores cristãos, em que temos verdadeiras aulas de filosofia e teologia. O blog Tubo de Ensaio aborda questões relativas à fé e à ciência, destruindo o preconceito ateísta de que a fé é inimiga da razão.
Por último, mas não menos importante, o Padre Paulo Ricardo trata de questões variadas, destacando-se a defesa do sacerdócio, da Igreja e do Papa.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A busca de uma solução para AIDS

Por Pe. John Flynn, L. C.

Amigos, depois de um período sem textos, disponibilizo trechos de um artigo desse padre norte-americano sobre o combate à AIDS na África, interessante por mostrar qual a tática de combate a essa praga que realmente dá certo. Aproveitem!

ROMA, domingo, 11 de julho de 2010 (ZENIT.org) - A Igreja Católica é regularmente criticada por se recusar em apoiar o uso de preservativos na luta contra o aumento do HIV e da AIDS. Esta não aceitação não é apenas um sábio ensinamento moral, mas também tem sólidos fundamentos científicos.

Esta é a tese de um livro publicado recentemente pela National Catholic Bioethics Center, com sede na Filadélfia. Em Affirming Love, Avoiding AIDS: What Africa Can Teach the West (Afirmar o Amor, evitar a AIDS: O que a África pode ensinar ao Ocidente), Matthew Hanley e Jokin de Irala consideram os motivos pelos quais os esforços para deter o vírus HIV na África tiveram tão pouco êxito e como isso está relacionado ao ter confiado nos preservativos.

(...)

Os autores começam observando que quase todas as instituições ocidentais que trabalham nesta área compartilham a firme opinião de que as estratégias de redução do risco devem ser prioridade, como a promoção do uso de preservativo. O que denominam de AIDS Establishment se concentrou nos meios técnicos em vez de numa mudança de comportamento.

A exceção disso foi a mudança na política dos Estados Unidos ao adotar a estratégia do ABC, seguindo o êxito de Uganda ao utilizar este sistema para tratar a AIDS. "A" é abstinência, "B" é ser fiel e "C" é o uso do preservativo.

O livro defende que são as duas primeiras partes desta estratégia as cruciais. De fato, em qualquer lugar da África que os índices de HIV abaixaram foram pelos resultados das mudanças fundamentais no comportamento sexual.


Prevenção

Tentar que as pessoas modifiquem seu comportamento não só tem mais êxito mas também, acrescentam os autores, é uma forma de retornar ao princípio da prevenção primária da medicina. A prevenção da transmissão do HIV é urgente em lugares do mundo como a África, onde há graves dificuldades para proporcionar um tratamento médico adequado.

(...)

Por que então, perguntam os autores, quando se trata do tabaco, colesterol, vida sedentária e consumo excessivo de álcool, as autoridades consideram comportamentos que requerem uma mudança, mas o comportamento sexual associado à doença não?

Um problema, associado à confiança na redução do risco através de meios técnicos, ao invés da mudança de comportamento, é que pode levar ao que se denomina de risco de compensação. Isso significa que os benefícios obtidos por meio de algo pensado para reduzir o risco podem ser anulados quando as pessoas voltam ao seu comportamento descuidado.

Os autores apontam que só o cinto de segurança não é garantia de salvação, se alguém acredita que pode dirigir a uma velocidade maior que a indicada, porque está protegido por ele; da mesma forma, a promoção do preservativo pode levar a que as pessoas pensem que é seguro se envolver em uma maior atividade sexual.

Isso é especialmente relevante na África, onde os estudos mostram que quando um número importante de pessoas se envolve em relações sexuais concomitantes, a probabilidade de infecção é muito mais alta, se comparada com as de comunidades onde as pessoas reduzem suas relações múltiplas. Um declínio nas relações sexuais múltiplas é crucial para alcançar uma diminuição do índice de HIV, afirmam os autores.

O melhor exemplo disto é Uganda, onde as taxas de infecção de HVI caíram de 15% em 1991 para 5% em 2001. O que trouxe esta radical variação foi uma importante mudança no comportamento sexual, observa o livro.

"Esta decisão inteiramente racional de evitar o risco de uma doença fatal e traumática alterando o comportamento tem salvado em última instância milhões de vidas", afirmam os autores.


Uso do preservativo

Ainda que o índice de uso do preservativo em Uganda tenha sido similar ao de Zâmbia, Quênia e Malauí, o número de companheiros sexuais "não-regulares" em Uganda diminuiu de modo significativo. Ainda que a porcentagem do HIV tenha baixado em Uganda, não diminuiu nos demais países.

Uma das razões por trás do êxito da modificação da conduta em Uganda, apontam os autores, é o trabalho das monjas e médicos católicos. Um bispo anglicano e um bispo católico estão entre os dirigentes da Comissão para a AIDS do país.

Infelizmente, nos últimos anos, o AIDS establishment ganhou influência em Uganda e a ênfase mudou para a promoção do uso de preservativos. Isso se tem acompanhado de um crescimento da transmissão do HIV.

Quênia, Tailândia e Haiti são outros países que os autores fazem referência para citar as evidências de estudos que mostram como a mudança de comportamento leva a uma redução nos índices de transmissão do HIV.

Pelo contrário, na África do Sul, onde a promoção do uso do preservativo tem sido prioridade, a persistência de altos índices de casais múltiplos ajudou a manter o nível de infectados pelo HIV em um nível que os autores descrevem como de "incidência alarmante".

A ideia da abstinência não combina com a cultura contemporânea, mas Hanley e Irala apontam que, ainda que a fidelidade seja o fator mais importante de êxito na África, a abstinência também é importante.

A abstinência influi no comportamento futuro, argumentam, e quanto mais rápido uma pessoa inicia a atividade sexual, mais parceiros sexuais é provável que tenha ao longo da vida, aumentando assim o risco de contrair HIV.

O livro faz referência a um estudo realizado pela Agency of International Development dos Estados Unidos, que considera as variáveis associadas com o predomínio do HIV em Benim, Camarões, Quênia e Zâmbia.

O estudo conclui que os únicos fatores associados a um menor predomínio do HIV foram um número reduzido de casais ao longo da vida (fidelidade), uma iniciação sexual com idade mais elevada (abstinência) e a circuncisão masculina. O estudo também revelou que o status econômico social e o uso de preservativos não se associavam a um menor predomínio do HIV.

Apesar desta e de outras evidências apresentadas no livro, os autores afirmam que os documentos sobre a AIDS publicados pelas Nações Unidas descrevem o uso de preservativo como a tecnologia mais eficaz para a prevenção da AIDS.


Sexualidade humana

Ainda que este debate sobre como tratar o HIV geralmente seja feito em linguagem científica, Hanley e Irala argumentam que é mais uma oposição entre duas posturas morais e filosóficas diante da sexualidade humana.

No outro lado está a cultura ocidental moderna que exalta a liberdade absoluta na busca do prazer. Isso explica o porquê este posicionamento conceitual busca meios técnicos para tratar as consequências indesejáveis da atividade sexual.

Em 9 de junho, o arcebispo Celestino Migliore, observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, dirigiu um discurso à Assembleia Geral sobre o tema do HIV/AIDS.

"Se desejamos combater a AIDS de forma realista, enfrentando suas causas mais profundas, e desejamos dar aos enfermos o cuidado amoroso de que necessitam, é necessário que proporcionemos às pessoas algo mais que conhecimento, capacidade, competência técnica e ferramentas", afirma.

Ele recomendava que fosse dedicada mais atenção e recursos para apoiar uma postura baseada em valores em linha com a dimensão humana da sexualidade.

Precisamos, continuou, de uma "avaliação honesta das situações do passado que podem ter sido baseadas mais na ideologia do que na ciência e valores, e uma ação decidida que respeite a dignidade humana e promova o desenvolvimento integral de todas e cada uma das pessoas da sociedade".

Um apelo a todos para colocar de lado seus preconceitos e ideias preconcebidas ao enfrentar este grave problema.

domingo, 13 de junho de 2010

Formação ética - A consciência e O coração

Esse é o texto final da série de formação ética. Quem quiser os textos completos, pode pedir a um assessor.
Partes 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7
e 8.


19 A consciência

Pela consciência temos um potencial à disposição, algo como uma sublime referência. É como uma sintonizadora com o desejo e a vontade de Deus a fim de guiar-nos para Ele. Mas também este potencial exige cooperação, pois a consciência deve ser cuidadosamente formada, em nosso caso, segundo critérios cristãos. Dependendo de como se molda a consciência, teremos o benefício ou o prejuízo da pessoa. A formação da consciência é a parte mais delicada na educação, pois trata-se da sintonização entre a alma humana e seu Criador.


O educador esclarecido, que ama e respeita seus educandos, intenta conduzi-los a sua realização plena, definitiva e implantar nos seus corações a verdade que Deus os ama. Quando o educando passa a crer, saber e sentir que Deus o ama, desfazem-se as angústias, neuroses, medos... Ele liberta-se de uma consciência mal formada.


A consciência tem muito a ver com o amor. A pessoa sente quando faz algo não motivado pelo amor.


Percebe-se mais uma vez que toda formação ética, sem uma referência última, seria muito limitada porque não satisfaz a alma humana que tem a tendência inerente de chegar aonde partiu. Isto não significa que não se acentue a ética na formação, especialmente quando o educando está num estágio em que não é motivado pelos assuntos religiosos.



20 O "coração"


A palavra "coração", freqüentemente usada, é uma expressão de diversos significados. Salientamos aqui três que, em relação ao nosso assunto, mais nos interessam.


Por "coração" podemos entender o núcleo da personalidade, o "lugar" para onde, na pessoa, tudo converge: o eu, a individualidade, a identidade, a característica...


Por "coração" pode-se entender também todo complexo do inconsciente da pessoa. Este determina especialmente as reações espontâneas e marca, desta forma, o estilo do seu comportamento.


Em terceiro lugar pode-se entender por "coração" a harmonia entre o "animal" e o "anjo". Isto é quando o potencial do espírito humano e do animal humano estão concordando e puxando para o mesmo lado. Em alemão se usa, para esta situação, o termo "Gemüt".


Especial: CQC Schoenstattiano, exibido no II Encontro Nacional

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Formação ética - Os instintos e O costume

17 O instinto

O homem possui paixões. Também o animal possui paixões. No homem as paixões são guiadas pelo espírito e no animal pelo instinto. Como o espírito do homem é livre, ele pode optar e sujeitar-se às paixões. O homem tem liberdade de fazer as coisas de uma ou de outra maneira, de dizer sim ou não. O instinto não é livre. O animal é guiado pelo instinto sem poder optar. Trata-se de um destino absoluto.

Aqui é preciso esclarecer os termos. O que nós denominamos "paixão" denomina-se em diversas publicações com os termos "instinto" ou "impulso". Esta diferença causa uma certa confusão. A Igreja Católica optou pelo termo "paixão" (Catecismo da Igreja Católica nº 1762) e a este aderimos.

Há uma grande diferença entre paixão e instinto. A paixão é que movimenta, o instinto é que guia. Se o homem, então, não tem instintos e também não se guia pelo espírito, as paixões estão soltas e procuram saciar-se desordenadamente.

O cultivo do espírito, por isso, é de suma importância. É preciso adquirir um espírito esclarecido, lúcido, atento, forte e sujeito a Deus. Se não há empenho nisto, as paixões reinarão facilmente sobre o espírito e o homem pode chegar a procedimentos abaixo do nível do animal.

18 Os costumes

Os bons costumes são fieis companheiros do nosso espírito, pois ele sozinho não seria capaz de guiar as paixões, a cada instante.

O costume é quase algo como um instinto que guia. Ou falando na linguagem da informática: é algo como um "sistema operacional" que está sempre em ação quando se trabalha com os programas.

Costumes podem ser introduzidos, abandonados, alterados. Se quiséssemos fazer uma pesquisa sobre costumes por nós praticados, iríamos descobrir que nos guiamos, em boa parte, por costumes estabelecidos há gerações.

Os nossos costumes são bons? Costumes de princípios cristãos? Costumes que correspondem à ordem do ser, ao homem novo? Não está na hora de repensar e renovar este "sistema operacional" para corresponder às exigências do tempo?



Música: Como um niño