segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Nos passos do João 2010 - II edição


Repetindo o feito do feriado da Independência de 2007, o Jumas Santa Maria seguiu os caminhos trilhados pelo Servo de Deus Joao Luiz Pozzobon, criador da Campanha da Mãe Peregrina em 1950. O longo caminho, percorrido frequentemento a pé por João, é muito duro, com curvas e declives acentuados. Enfrentando um frio leve pelas manhãs, pudemos sentir na pele um pouquinho do que sentia Pozzobon, que seguia seu caminho para levar a Virgem Maria à milhares de famílias da Quarta Colônia com qualquer tempo. Dizia João Pozzobon, quando começava a chover e a embarrar a estrada: "Agora é que fica bom!". Certamente foram momentos inesquecíveis, que nos fazem aguardar o próximo ano, para repetirmos a dose!

O caminho
Nos dias 04, 05 e 06 de setembro de 2010, uma semana antes do aniversário de 60 anos da Campanha (10 de setembro), foram percorridos 113 km em 8 horas e 41 minutos de muitas pedaladas. Saindo de Camobi, em Santa Maria, passamos por Silveira Martins, Ivorá, Faxinal do Soturno, São João do Polêsine (e na localidade de Ribeirão, onde nasceu JLP) e Vale Vêneto, voltando pelo caminho da Pompéia.

Abaixo as estatísticas por trecho:

De Santa Maria até Silveira Martins (sábado de manhã, 04/09/2010)
1:38h pedalando Distância: 20,6 Km Velocidade Média: 12,1 Km/h Vel. Máx.: 34,7 km/h

De Silveira Martins até Ivorá (sábado à tarde, 04/09/2010)
2:02h pedalando Distância: 23,3 Km Velocidade Média: 11,4 Km/h

De Ivorá até Vale Vêneto (domingo, 05/09/2010)
3:08h pedalando Distância: 37,4 Km Velocidade Média: 11,9 Km/h Vel. Máx.: 39,9 km/h

De Vale Vêneto até S. Maria (segunda-feira, 06/09/2010)
1:53h pedalando Distância: 32:2 Km Velocidade Média: 17,0 Km/h Vel. Máx.: 53,9 km/h

Confira as fotos do trajeto aqui!


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Eu, minha fé e o mundo

Na última enquete realizada pelo blog, o tema escolhido foi "JUMAS e a sociedade". Indiscutivelmente, seria um belo tema para várias reuniões de formação, além de um chamado à reflexão pessoal constante.

Antes de tentarmos decifrar o que Deus pede aos católicos e, de forma especial, ao Jumas, precisamos dar algumas características de nosso tempo:

- Ateísmo e esquecimento de Deus: a partir do final do século XVIII, com a Revolução Francesa e seus teóricos, um forte movimento ateísta tomou as universidades (criação da Igreja Católica) e influenciou centenas de teóricos. Como consequência dessa total racionalização e desespiritualização humana, nada menos que as Guerras Mundiais e os regimes nazi-fascistas e comunistas (estes últimos, infelizmente, ainda na moda), sem esquecer as próximas características de nosso tempo;

- Falta de respeito pela vida humana: aborto, eutanásia, suicídio, eugenia (seleção das pessoas que "merecem" viver de acordo com características físicas) e genocídio. Atos cada vez mais comuns a cada década que passou nesses últimos dois séculos, são defendidos através de eufemismos e sofismas por movimentos poderosos, que mascaram as reais consequências dessas atitudes repugnantes e assassinas.

- Erotização do comportamento humano: o sexo, no senso comum, deixou de ser um ato sagrado praticado entre um homem e uma mulher, preferencialmente casados (para a Igreja, é sempre sagrado e sempre entre homem e mulher na constância do casamento), para se tornar apenas um objeto de prazer, não importando se com um homem, uma mulher, um animal ou uma criança (no Brasil, o líder do Movimento Gay, Luiz Mott, e o professor Denílson Lopes fazem campanha pela "legitimação" da pedofilia )

- Desvalorização da Família e relativização do Amor: a Família, como instituição, é cada vez mais banalizada. Hoje, apenas 10 países consideram a relação de duas pessoas do mesmo sexo como similar a uma família. Contudo, na próxima década, inevitavelmente o lobby feito pelo movimento gay resultará em aprovações em mais nações. O amor é relativizado. Amar, para o mundo, não é mais ser capaz de dar a vida em sua integridade pela pessoa amada; pelo contrário, é ter prazer físico com o corpo da outra pessoa.

- Perseguição aos cristãos: vivendo em um páis de relativa paz social, muitas vezes ficamos alheios às perseguições sofridas por nossos irmãos que professam a mesma fé. Jesus Cristo, o Filho de Deus Pai, foi perseguido e nos avisou: "Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós". (Mt. 5, 11-12). Seus discípulos foram perseguidos, os primeiros cristãos foram perseguidos e, em nenhum momento, o cristianismo deixou de ser atacado. Na Ásia e África, cristãos são mortos por serem cristãos; no Ocidente, cristãos são perseguidos pelas suas opiniões.

- Falta de sentido na vida: Acompanhamos crescer nos últimos anos a campanha pela liberação do uso de drogas ao redor do mundo, movimento que está ficando cada vez mais forte no Brasil. Em nome de uma pretensa liberdade, o que haverá é um maior aprisionamento dos jovens em um mundo alienante, incapazes de se libertar de seus vícios e encontrar um sentido na vida. Como consequência óbvia, a crescente taxa de suicídios e de ocorrência de depressão, como conclui Victor Frankl ao passar pelos campos de concentração da II Guerra Mundial (para saber mais: 1 e 2)

Qual a resposta dos católicos e do Jumas a tudo isso?

Como católicos, precisamos, em primeiro lugar, defender nossa fé e o direito de cada pessoa, cada indivíduo, proclamar sua fé. As universidades, criação da Igreja Católica, são hoje berço do mais odioso ateísmo, que proclama as mais variadas mentiras para atacar ora a própria Igreja que as criou, ora o próprio Deus. Como jovens católicos, precisamos ocupar esse espaço que já foi nosso, para formar os novos intelectuais católicos.

Em nosso país, devemos deixar bem claro que Estado Laico não é Estado Ateu. O Estado nunca deve impor a imagem de um crucifixo, entretanto não pode proibir nenhum cidadão de expor sua fé. Por isso, devemos rejeitar todas as formas de governos coletivistas e totalitários que, apesar do fracasso de todas as experiências nesse sentido do século XX, teimam em ressurgir em nosso continente, como na Venezuela, na Bolívia e no Equador, e em se perpetuar na África e Ásia. Nesses lugares, religião e opinião são aceitas e respeitadas apenas se estiverem de acordo com as intenções dos governantes. Além disso, no próprio mundo ocidental vemos os cristãos sendo perseguidos. O que fazer? Orar e trabalhar para que essa situação mude. Devemos informar nossos amigos e familiares dos horrores que ainda hoje ocorrem no mundo a pessoas que professam a mesma fé que nós.

Além disso, nossa defesa da vida deve ser incondicional. Aborto, exploração de células-tronco embrionárias e eutanásia devem ser firmemente rejeitadas. Como práticas criminosas que são, extirpam a vida de seres humanos como qualquer um de nós por um simples ato egoísta de um semelhante.

A única diferença entre um embrião, um feto de 22 semanas, um adulto de 33 anos e um idoso centenário é o tempo e a alimentação. Alimente um embrião e lhe dê tempo: teremos uma criança, um adolescente, um adulto e um idoso.

Como homens, filhos de Deus, Criador do Universo, devemos seguir a ordem natural das coisas. A ciência prova que o universo tem uma ordem, dada por Deus para a seguirmos. Assim, a humanidade deve viver os atos sexuais de forma ordenada, um homem e uma mulher, responsáveis pelos atos que praticarem. O Matrimônio é um Sacramento que abençoa a união de um homem e uma mulher, que se comprometem a viverem fiéis e unidos em todas as dimensões (espiritual, afetiva, racional e física), não só na dimensão física, como propõe o mundo. Por isso, rejeitamos qualquer forma de casamento que não seja entre um homem e uma mulher livres pra aceitarem as mútuas responsabilidades, capazes de criar seus filhos e assim perpetuarem a humanidade.

Esses são apenas aspectos gerais da situação atual e algumas pequenas ações que devemos tomar. Cada um de nós, batizado e crismado, deve implorar ao Espírito Santo seus Dons para que possamos agir segundo a Palavra de Deus, conhecendo e estudando a realidade, para transformá-la e, nas palavras de nosso Pai e Fundador, Padre José Kentenich, "formar o Homem Novo e a Nova Comunidade". Deus é o Deus vivo, que interfere no decorrer da história, que providencia e atende os pedidos daqueles que O pedem. É esse Deus que queremos transmitir ao mundo, assim como fez o Pe. Kentenich.

Vinculados por Maria, Fogo do Cristo Tabor!

domingo, 1 de agosto de 2010

Minha fé foi confrontada! O que faço?

Certamente, todos nós tivemos e temos nosso fé confrontada em nosso cotidiano. O que devemos fazer quando isso ocorre?

Buscar a verdade! Invariavelmente, um cristão deve sempre buscar a verdade - Jesus diz que É o caminho, A VERDADE e a vida (Jo 14, 6) -, seja através da ciência, seja através da filosofia/teologia.

Nesse sentido, na nossa barra lateral, na seção "O que o Jumas lê", temos vários blogs que buscam responder a essas confrontações que partem tanto de nosso interior quanto de outras pessoas.

De forma especial, gostaria de indicar os blogs Apologia, Deus em Debate e Tubo de Ensaio, além do site do Padre Paulo Ricardo de Azevedo.

Os dois primeiros tratam, de forma especial, de debates entre famosos ateístas e defensores cristãos, em que temos verdadeiras aulas de filosofia e teologia. O blog Tubo de Ensaio aborda questões relativas à fé e à ciência, destruindo o preconceito ateísta de que a fé é inimiga da razão.
Por último, mas não menos importante, o Padre Paulo Ricardo trata de questões variadas, destacando-se a defesa do sacerdócio, da Igreja e do Papa.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A busca de uma solução para AIDS

Por Pe. John Flynn, L. C.

Amigos, depois de um período sem textos, disponibilizo trechos de um artigo desse padre norte-americano sobre o combate à AIDS na África, interessante por mostrar qual a tática de combate a essa praga que realmente dá certo. Aproveitem!

ROMA, domingo, 11 de julho de 2010 (ZENIT.org) - A Igreja Católica é regularmente criticada por se recusar em apoiar o uso de preservativos na luta contra o aumento do HIV e da AIDS. Esta não aceitação não é apenas um sábio ensinamento moral, mas também tem sólidos fundamentos científicos.

Esta é a tese de um livro publicado recentemente pela National Catholic Bioethics Center, com sede na Filadélfia. Em Affirming Love, Avoiding AIDS: What Africa Can Teach the West (Afirmar o Amor, evitar a AIDS: O que a África pode ensinar ao Ocidente), Matthew Hanley e Jokin de Irala consideram os motivos pelos quais os esforços para deter o vírus HIV na África tiveram tão pouco êxito e como isso está relacionado ao ter confiado nos preservativos.

(...)

Os autores começam observando que quase todas as instituições ocidentais que trabalham nesta área compartilham a firme opinião de que as estratégias de redução do risco devem ser prioridade, como a promoção do uso de preservativo. O que denominam de AIDS Establishment se concentrou nos meios técnicos em vez de numa mudança de comportamento.

A exceção disso foi a mudança na política dos Estados Unidos ao adotar a estratégia do ABC, seguindo o êxito de Uganda ao utilizar este sistema para tratar a AIDS. "A" é abstinência, "B" é ser fiel e "C" é o uso do preservativo.

O livro defende que são as duas primeiras partes desta estratégia as cruciais. De fato, em qualquer lugar da África que os índices de HIV abaixaram foram pelos resultados das mudanças fundamentais no comportamento sexual.


Prevenção

Tentar que as pessoas modifiquem seu comportamento não só tem mais êxito mas também, acrescentam os autores, é uma forma de retornar ao princípio da prevenção primária da medicina. A prevenção da transmissão do HIV é urgente em lugares do mundo como a África, onde há graves dificuldades para proporcionar um tratamento médico adequado.

(...)

Por que então, perguntam os autores, quando se trata do tabaco, colesterol, vida sedentária e consumo excessivo de álcool, as autoridades consideram comportamentos que requerem uma mudança, mas o comportamento sexual associado à doença não?

Um problema, associado à confiança na redução do risco através de meios técnicos, ao invés da mudança de comportamento, é que pode levar ao que se denomina de risco de compensação. Isso significa que os benefícios obtidos por meio de algo pensado para reduzir o risco podem ser anulados quando as pessoas voltam ao seu comportamento descuidado.

Os autores apontam que só o cinto de segurança não é garantia de salvação, se alguém acredita que pode dirigir a uma velocidade maior que a indicada, porque está protegido por ele; da mesma forma, a promoção do preservativo pode levar a que as pessoas pensem que é seguro se envolver em uma maior atividade sexual.

Isso é especialmente relevante na África, onde os estudos mostram que quando um número importante de pessoas se envolve em relações sexuais concomitantes, a probabilidade de infecção é muito mais alta, se comparada com as de comunidades onde as pessoas reduzem suas relações múltiplas. Um declínio nas relações sexuais múltiplas é crucial para alcançar uma diminuição do índice de HIV, afirmam os autores.

O melhor exemplo disto é Uganda, onde as taxas de infecção de HVI caíram de 15% em 1991 para 5% em 2001. O que trouxe esta radical variação foi uma importante mudança no comportamento sexual, observa o livro.

"Esta decisão inteiramente racional de evitar o risco de uma doença fatal e traumática alterando o comportamento tem salvado em última instância milhões de vidas", afirmam os autores.


Uso do preservativo

Ainda que o índice de uso do preservativo em Uganda tenha sido similar ao de Zâmbia, Quênia e Malauí, o número de companheiros sexuais "não-regulares" em Uganda diminuiu de modo significativo. Ainda que a porcentagem do HIV tenha baixado em Uganda, não diminuiu nos demais países.

Uma das razões por trás do êxito da modificação da conduta em Uganda, apontam os autores, é o trabalho das monjas e médicos católicos. Um bispo anglicano e um bispo católico estão entre os dirigentes da Comissão para a AIDS do país.

Infelizmente, nos últimos anos, o AIDS establishment ganhou influência em Uganda e a ênfase mudou para a promoção do uso de preservativos. Isso se tem acompanhado de um crescimento da transmissão do HIV.

Quênia, Tailândia e Haiti são outros países que os autores fazem referência para citar as evidências de estudos que mostram como a mudança de comportamento leva a uma redução nos índices de transmissão do HIV.

Pelo contrário, na África do Sul, onde a promoção do uso do preservativo tem sido prioridade, a persistência de altos índices de casais múltiplos ajudou a manter o nível de infectados pelo HIV em um nível que os autores descrevem como de "incidência alarmante".

A ideia da abstinência não combina com a cultura contemporânea, mas Hanley e Irala apontam que, ainda que a fidelidade seja o fator mais importante de êxito na África, a abstinência também é importante.

A abstinência influi no comportamento futuro, argumentam, e quanto mais rápido uma pessoa inicia a atividade sexual, mais parceiros sexuais é provável que tenha ao longo da vida, aumentando assim o risco de contrair HIV.

O livro faz referência a um estudo realizado pela Agency of International Development dos Estados Unidos, que considera as variáveis associadas com o predomínio do HIV em Benim, Camarões, Quênia e Zâmbia.

O estudo conclui que os únicos fatores associados a um menor predomínio do HIV foram um número reduzido de casais ao longo da vida (fidelidade), uma iniciação sexual com idade mais elevada (abstinência) e a circuncisão masculina. O estudo também revelou que o status econômico social e o uso de preservativos não se associavam a um menor predomínio do HIV.

Apesar desta e de outras evidências apresentadas no livro, os autores afirmam que os documentos sobre a AIDS publicados pelas Nações Unidas descrevem o uso de preservativo como a tecnologia mais eficaz para a prevenção da AIDS.


Sexualidade humana

Ainda que este debate sobre como tratar o HIV geralmente seja feito em linguagem científica, Hanley e Irala argumentam que é mais uma oposição entre duas posturas morais e filosóficas diante da sexualidade humana.

No outro lado está a cultura ocidental moderna que exalta a liberdade absoluta na busca do prazer. Isso explica o porquê este posicionamento conceitual busca meios técnicos para tratar as consequências indesejáveis da atividade sexual.

Em 9 de junho, o arcebispo Celestino Migliore, observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, dirigiu um discurso à Assembleia Geral sobre o tema do HIV/AIDS.

"Se desejamos combater a AIDS de forma realista, enfrentando suas causas mais profundas, e desejamos dar aos enfermos o cuidado amoroso de que necessitam, é necessário que proporcionemos às pessoas algo mais que conhecimento, capacidade, competência técnica e ferramentas", afirma.

Ele recomendava que fosse dedicada mais atenção e recursos para apoiar uma postura baseada em valores em linha com a dimensão humana da sexualidade.

Precisamos, continuou, de uma "avaliação honesta das situações do passado que podem ter sido baseadas mais na ideologia do que na ciência e valores, e uma ação decidida que respeite a dignidade humana e promova o desenvolvimento integral de todas e cada uma das pessoas da sociedade".

Um apelo a todos para colocar de lado seus preconceitos e ideias preconcebidas ao enfrentar este grave problema.

domingo, 13 de junho de 2010

Formação ética - A consciência e O coração

Esse é o texto final da série de formação ética. Quem quiser os textos completos, pode pedir a um assessor.
Partes 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7
e 8.


19 A consciência

Pela consciência temos um potencial à disposição, algo como uma sublime referência. É como uma sintonizadora com o desejo e a vontade de Deus a fim de guiar-nos para Ele. Mas também este potencial exige cooperação, pois a consciência deve ser cuidadosamente formada, em nosso caso, segundo critérios cristãos. Dependendo de como se molda a consciência, teremos o benefício ou o prejuízo da pessoa. A formação da consciência é a parte mais delicada na educação, pois trata-se da sintonização entre a alma humana e seu Criador.


O educador esclarecido, que ama e respeita seus educandos, intenta conduzi-los a sua realização plena, definitiva e implantar nos seus corações a verdade que Deus os ama. Quando o educando passa a crer, saber e sentir que Deus o ama, desfazem-se as angústias, neuroses, medos... Ele liberta-se de uma consciência mal formada.


A consciência tem muito a ver com o amor. A pessoa sente quando faz algo não motivado pelo amor.


Percebe-se mais uma vez que toda formação ética, sem uma referência última, seria muito limitada porque não satisfaz a alma humana que tem a tendência inerente de chegar aonde partiu. Isto não significa que não se acentue a ética na formação, especialmente quando o educando está num estágio em que não é motivado pelos assuntos religiosos.



20 O "coração"


A palavra "coração", freqüentemente usada, é uma expressão de diversos significados. Salientamos aqui três que, em relação ao nosso assunto, mais nos interessam.


Por "coração" podemos entender o núcleo da personalidade, o "lugar" para onde, na pessoa, tudo converge: o eu, a individualidade, a identidade, a característica...


Por "coração" pode-se entender também todo complexo do inconsciente da pessoa. Este determina especialmente as reações espontâneas e marca, desta forma, o estilo do seu comportamento.


Em terceiro lugar pode-se entender por "coração" a harmonia entre o "animal" e o "anjo". Isto é quando o potencial do espírito humano e do animal humano estão concordando e puxando para o mesmo lado. Em alemão se usa, para esta situação, o termo "Gemüt".


Especial: CQC Schoenstattiano, exibido no II Encontro Nacional

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Formação ética - Os instintos e O costume

17 O instinto

O homem possui paixões. Também o animal possui paixões. No homem as paixões são guiadas pelo espírito e no animal pelo instinto. Como o espírito do homem é livre, ele pode optar e sujeitar-se às paixões. O homem tem liberdade de fazer as coisas de uma ou de outra maneira, de dizer sim ou não. O instinto não é livre. O animal é guiado pelo instinto sem poder optar. Trata-se de um destino absoluto.

Aqui é preciso esclarecer os termos. O que nós denominamos "paixão" denomina-se em diversas publicações com os termos "instinto" ou "impulso". Esta diferença causa uma certa confusão. A Igreja Católica optou pelo termo "paixão" (Catecismo da Igreja Católica nº 1762) e a este aderimos.

Há uma grande diferença entre paixão e instinto. A paixão é que movimenta, o instinto é que guia. Se o homem, então, não tem instintos e também não se guia pelo espírito, as paixões estão soltas e procuram saciar-se desordenadamente.

O cultivo do espírito, por isso, é de suma importância. É preciso adquirir um espírito esclarecido, lúcido, atento, forte e sujeito a Deus. Se não há empenho nisto, as paixões reinarão facilmente sobre o espírito e o homem pode chegar a procedimentos abaixo do nível do animal.

18 Os costumes

Os bons costumes são fieis companheiros do nosso espírito, pois ele sozinho não seria capaz de guiar as paixões, a cada instante.

O costume é quase algo como um instinto que guia. Ou falando na linguagem da informática: é algo como um "sistema operacional" que está sempre em ação quando se trabalha com os programas.

Costumes podem ser introduzidos, abandonados, alterados. Se quiséssemos fazer uma pesquisa sobre costumes por nós praticados, iríamos descobrir que nos guiamos, em boa parte, por costumes estabelecidos há gerações.

Os nossos costumes são bons? Costumes de princípios cristãos? Costumes que correspondem à ordem do ser, ao homem novo? Não está na hora de repensar e renovar este "sistema operacional" para corresponder às exigências do tempo?



Música: Como um niño



quinta-feira, 3 de junho de 2010

Formação ética - O pudor e A vontade

15 O pudor

O pudor é um recurso para contrabalançar as paixões.

As paixões são rápidas. O espírito é lento. Até o espírito chegar a definir-se, as paixões já agiram. São Paulo se queixou: "O que quero, não faço e o que faço, não quero". As paixões são impulsivas, desafiam o espírito.

Deus sabe deste problema, surgido após o pecado original e deu-nos, por isso, uma "contrapaixão" que chamamos de pudor. Este pudor, esclarecidamente cultivado, age tão rapidamente como as paixões. Quando elas querem nos levar a atos menos nobres ou pecaminosos, o pudor as retêm com rapidez e força, para evitar o pior. A pessoa sente vergonha.

Há quem não sinta vergonha porque ela foi extirpada do coração. Há quem acredita poder canalizar as paixões somente com o espírito. Desta forma criam-se pessoas sem pudor e sem vergonha.


16 A vontade

A vontade pertence ao espírito. Mas quando se diz: "Tenho vontade de tomar uma cerveja", trata-se de uma vontade que não pertence ao espírito. Uma é força espiritual de decisão e de execução, a outra é uma paixão. Pode acontecer que eu tenha vontade de tomar uma cerveja mas a vontade-espírito decide: não é hora de to-mar cerveja.

Pela ordem do ser, a vontade-espírito tem que submeter as paixões e submeter a si mesmo a Deus. E as pai-xões estão dispostas a sujeitar-se à vontade-espírito na medida em que a vontade-espírito sujeita-se a Deus.

Com a vontade-espírito decidimos as coisas e as executamos. Ela é livre na decisão mas limitada na execução. Isto é, podemos decidir; se, porém, conseguiremos realizar as decisões é depende de muitos fatores so-bre os quais temos pouca ou nenhuma influência.

Neste assunto a liberdade está em jogo. Quanto mais coincidimos com a concepção de Deus, tanto mais li-vres somos, pois Deus é o absolutamente livre e, decidindo-nos por Ele, participaremos de Sua liberdade. A vontade-espírito, então, deve ter por acorde fundamental orientar-se nos desejos e planos de Deus e procurar realizá-los.


Música: Contigo María

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Formação ética - Paixões predominantes, o grau de intensidade e o valor moral das paixões

12 Paixões predominantes


Normalmente predomina um grupo de paixões. Uma pessoa tem mais fortes paixões concupiscíveis e a outra, mais fortes paixões irascíveis. Uma está mais em busca do amor e a outra da honra.


Para a pessoa definir seus ideais e metas é importante saber qual é a sua paixão predominante, pois ela é a tendência fundamental, a condição de sua natureza e esta indica precisamente o campo de trabalho em que a pessoa possa se realizar, indica para a profissão a escolher e a missão a assumir, enfim, indica para o Ideal Pessoal que Deus tem em mente sobre cada pessoa.


Precisamos descobrir a estrutura do nosso próprio ser para poder definir-nos e agir de acordo.

Quando visamos um ideal e seguimos uma atividade que corresponda a nossa natureza, ficamos felizes e conseguimos produzir bons resultados.



13 O grau de intensidade das paixões


O grau de intensidade das paixões é muito ligado à fantasia. De acordo com sua atividade, as paixões agem com mais ou menos intensidade.


Então, a própria lógica nos sugere que é preciso trabalhar a fantasia. Mas ela, por sua vez, é depende dos dados arquivados na memória e do ambiente em que a pessoa se encontra. Quando a fantasia, por exemplo, dispõe de uma memória e de um ambiente repleto de dados de baixo nível, o que ela com sua criatividade vai produzir? - e, consequentemente, com que intensidade as paixões vão entrar em ação? - O resultado final poderá ser desastroso...


Do contrário, quando a fantasia encontra um ambiente e uma memória de elevado espírito, de sublimes ideais, de pureza, de amor, de esperança, de cultura, de um estilo que aspira ao alto em busca de qualidade... as paixões, com alto grau de intensidade empenharão todo o seu potencial para o bem. Muitos exemplos de vida provam que é possível disciplinar a fantasia e colocá-la a serviço das paixões que elevam ao alto, ao bem.



14 O valor moral das paixões


O valor moral das paixões é visto por duas posições divergentes. De um lado - atribuindo-lhes grande valor - procura-se estimulá-las o quanto possível e, de outro lado, - dando-lhes nenhum valor - procura-se reprimi-las.


A Verdade está no meio. As paixões são forças neutras. Não têm valor moral por si mesmas, são indiferentes. São um dom de Deus que se torna bom ou mau pela decisão da parte superior do homem, o espírito.


Para ter culpa ou mérito é necessário uma livre decisão, é preciso querer ou não querer, é preciso querer isto ou aquilo. Por isso, quando as paixões se manifestam simplesmente, não se tem culpa e nem mérito.


As paixões, devem ser encaradas como forças valiosas e necessárias para construir a personalidade humana. Mas as mesmas forças podem ser usadas para destruir a personalidade, podem ser usadas para atos criminosos. Sem paixões, nem santos e nem criminosos existiriam no mundo.


É preciso, desde cedo, canalizar estas forças. O trabalho já começa com a educação do nenê (mais precisamente com a educação do pai e da mãe do nenê) e será necessário ainda na velhice. É uma investida sem trégua e sem férias durante a vida toda. A luta vai até o fim e lá nos espera a coroa da vitória.


Uma história de amor (composta por Almir Cordeiro - JUMAS São Paulo)



sábado, 22 de maio de 2010

Formação ética - Paixões concupiscíveis e irascíveis

10 As paixões concupiscíveis


Uma fruta excita meus sentidos externos; a base de experiências anteriores ela foi identificada pelos sentidos internos como agradável; começa exercer uma atração; está ativando as paixões concupiscíveis; a atração fica cada vez mais forte e um movimento passa pelo corpo, pelas pernas, pelos braços, pela mão e quando se vê, a pessoa está saboreando a fruta com satisfação.

O contrário acontece quando o objeto não atrai, mas repele. Sente-se, por exemplo, aversão frente a uma pessoa e isto faz-nos fugir dela. E, quando se dá um encontro inesperado com esta pessoa, sente-se dor.

Podemos resumir este processo das paixões concupiscíveis em duas palavras chaves: amor e ódio.

O amor desenvolve-se entre agrado, desejo e satisfação.

O ódio desenvolve-se entre aversão, fuga e dor.



11 As paixões irascíveis


Qual é o recurso que possuímos frente a um bem difícil de adquirir ou um mal difícil de evitar? Para este desafio podemos contar com as paixões irascíveis.

Tenho esperança de formar-me. Esta esperança produz audácia que enfrenta as dificuldades. E quando preciso vencer uma situação em que tudo parece barrado, uma ira construtiva me impulsiona e me leva em frente.

Quando as dificuldades são muito grandes pode invadir-me o desespero e produzir medo e este pode chegar a uma ira destrutiva.

As paixões são potenciais indiferentes que nos capacitam para o bem ou para o mal.



Mas allá del mar



segunda-feira, 10 de maio de 2010

Formação ética - "A razão" e "As paixões"

Parte 1

Parte 2

Parte 3



08 A razão


Nossa razão é dependente dos dados captados e trabalhados pelos sentidos externos e internos. Ela cria uma idéia das coisas e as caracteriza, por exemplo, com um nome; é capaz de planejar e na sua atividade, serve-se especialmente do potencial e dos dados dos sentidos internos.

No caso de se dispor de uma memória plena de dados valiosos e positivos e de uma fantasia pura e disciplinada, a crazão tem como criar obras de valor. Do contrário, de uma memória cheia de imundícies e de uma fantasia solta e desviada, as criações da razão serão de acordo com esta condição. A idéia formada pela razão expressa-se em múltiplas formas: pela palavra, por desenhos, por objetos artísticos, pela música, etc. As obras do homem e o ambiente que cria em torno de si são um espelho do seu interior.

Com os sentidos captamos as coisas concretas. Com a razão podemos abstrair o concreto. Dizemos, por exemplo, "casa" sem pensar numa casa concreta. Dizemos "homem" sem pensar numa pessoa concreta mas referindo se ao homem e a mulher como tal.

É muito importante que tenhamos uma idéia abstrata das coisas sem pensar no concreto: uma idéia do homem, uma idéia da mulher, uma idéia da sociedade, uma idéia do trabalho, uma idéia da vida, etc.



09 As paixões


Se corpo e alma possuíssem somente sentidos e razão, nada iria acontecer no mundo. Sentidos e razão nada modificam, somente reconhecem. Não haveria nenhuma ação além de acumular dados.

Para transformar o reconhecimento em ação, possuímos as paixões (Leidenschaften, Triebe) e a vontade (Wille). As paixões, estimuladas pelos dados que os sentidos lhes fornecem, agem de dentro para fora e intervém no mundo.

As paixões são as forças motrizes que podem levar a pessoa a incríveis ações: amores, conquistas, artes, explorações, caridade, ódios, construções, guerras, etc.

É preciso guiar e dirigir as paixões a objetivos nobres. Elas sozinhas não tem parâmetros, não têm regras, são forças apenas, é potencial de vida, é vitalidade, tendência a expansão... As paixões precisam do espírito para guiá-las.

Percebe-se aí a importância do conhecimento desta matéria para poder organizar-se e para aproveitar positivamente estas forças.

Dividimos as paixões em dois grupos: as paixões concupiscíveis e as paixões irascíveis e que serão abordadas no próximo texto.




El que muere por mí



quarta-feira, 28 de abril de 2010

Formação ética - Os sentidos: externos e internos

Segue o material de formação ética. (1ª parte e 2ª parte)

05 Os sentidos


Além dos fatores que herdamos dos nossos antepassados, nada está na nossa alma (no consciente ou incons-ciente) que não tenha passado pelos sentidos.

Os sentidos são os canais de intercâmbio entre a alma e o mundo.

Intercâmbio! Como é possível um intercâmbio entre dois mundos totalmente diferentes: entre o mundo mate-rial e o mundo espiritual considerando que cada um é regido por suas próprias leis?

Como funciona este interessante intercâmbio que faz parte do nosso dia-a-dia e que acontece a qualquer ins-tante?

E qual é a sua importância, levando em conta que somos livres no uso dos sentidos?

Colocando estas perguntas percebe-se que deveríamos ter um sólido conhecimento sobre o assunto.


06 Sentidos externos

Quando se olha num espelho enxerga-se a si mesmo. É verdade isto? Não é verdade, pois o que se enxerga são apenas traços, superfícies, cores, extensões. Também em nossos olhos espelham-se apenas as partes ex-ternas de tudo que enxergamos.

O mesmo acontece com os outros sentidos: o ouvido escuta ruídos, mas não palavras,;a mão sente algo duro, mas não uma pedra; o gosto e o olfato sentem algo sem poder identificá-lo.

Os objetos e situações somente excitam os sentidos e nada mais. Cada sentido é tão específico que não pode ser substituído por outro.

Para que os sentidos entrem em ação, precisam ser excitados e esta excitação é transportada para o cérebro. É este o processo de intercâmbio entre a alma espiritual e o mundo material.


07 Sentidos internos

Imaginemos um determinado objeto. Os olhos enxergam extensão e cores, os ouvidos percebem ruídos, a mão sente aspereza, o olfato capta determinado odor e o paladar experimenta algo amargo. Quem diz que o objeto é uma fruta, uma folha, uma flor ou um pedaço de madeira?

Os dados captados pelos sentidos externos são transportados ao cérebro, a uma central, que chamamos de sentido unificador ou integrador (Gemeinsinn). Observemos esta mesa. Os olhos enxergam extensão e cor; a mão sente o tipo de superfície; os ouvidos captam o ruído quando a mão passa; o olfato sente o cheiro de um determinado material. São as propriedades externas do objeto. Quem diz, então, que este objeto é uma mesa? Os sentidos externos não têm esta capacidade, porque cada um capta somente sua parte. Se ficasse por isso, não poderíamos dizer que o objeto é uma mesa. Mas o sentido unificador é capaz de unir as mensagens dos diversos sentidos e de formar uma impressão única.

Entra um outro sentido interno em ação, que arquiva os dados recebidos: a memória, capaz de guardar os da-dos captados durante a vida inteira. Esta memória tem uma parte ativa - o que é lembrado e uma parte passi-va - o que não é lembrado, ou seja o consciente e inconsciente.

Temos ainda um terceiro sentido interno: a fantasia. Ela serve-se dos dados da memória ativa e passiva. Tra-balha com eles, combina, mistura, cria e produz com muita criatividade mil coisas. A fantasia produz tam-bém os sonhos agradáveis e menos agradáveis.

Temos os sentidos em comum com os animais, tanto os externos como os internos.


Hino de Franz Reinisch

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Formação ética - "As três vidas" e "Corpo e Alma"

Dando continuidade a nossa formação ética, hoje apresentamos mais dois temas.

03 As três vidas

À vida vegetativa corresponde uma alma vegetativa, à vida sensitiva (animal) uma alma sensitiva, à vida espiritual (anjo) uma alma espiritual. O homem cresce, vive e morre como a planta, tem percepção através dos sentidos como os animais, pensa e decide como os espíritos. Ele teria 3 almas, então?

Temos uma só alma, uma alma espiritual, e esta exerce três funções, a vegetativa, a sensitiva e a espiritual. É por isso que nossa vida vegetativa influi sobre a sensitiva e espiritual, a sensitiva sobre a vegetativa e a espiritual sobre a sensitiva e vegetativa.

Logo após uma farta refeição, por exemplo, é difícil estudar e mesmo trabalhar fisicamente. Sentimos aí a influência da vida vegetativa. A vida espiritual determina, por exemplo, levantar às 6 horas e a vida sensitiva não está afim. Aí sentimos sua influência sobre a vida espiritual. O espírito permite ao nosso "animal" tomar vinho a vontade. No outro dia a vida sensitiva passa mal e mesmo a vida vegetativa e espiritual. Qualquer ação de uma, influencia sobre as outras. Aí transparece uma ordem de como deveríamos nos comportar para desfrutar o próprio bem e o bem de outros:

O inferior (animal) há de obedecer ao superior e o superior (espírito) ao supremo (Deus).

Tudo isto significa trabalho e esforço, que o schoenstatiano oferece no Santuário para transformá-lo num lugar de graças.


04 Corpo e alma

Qual é a relação entre corpo e alma? Nossa alma exerce funções espirituais, sensitivas e vegetativas - sozinha? Por exemplo: O alimento ingerido transforma-se em substância do corpo; é uma função vegetativa que a alma exerce junto com o estômago. A alma precisa o estômago para digerir, o olho para enxergar, os ouvidos para escutar... Mesmo para pensar, enquanto vive no corpo, precisa do cérebro. Corpo e alma cooperam em todas as funções, agem sempre juntos.

É uma união de mútua dependência: A alma precisa o ouvido para ouvir, mas este ouvido tem sua vida pela alma. Corpo e alma não são duas vidas separadas. A alma não habita num corpo independente dela. O corpo nem tem como existir sem alma. Expresso matematicamente seria: 0,5 + 0,5 = 1 e não 1 + 1 = 2. Corpo e alma formam um único ser. Nesta unidade a alma é a forma do corpo. O homem é uma fusão entre corpo e alma.

Após a morte, que é a separação da alma do corpo, a alma encontra-se na eternidade: gozando a vida eterna, ou em processo de purificação ou condenada no caso que estivesse, conscientemente e sem arrependimento, em oposição a Deus durante a sua vida terrena.

Na ressurreição final, nossa alma se unirá novamente com seu corpo e continuaremos a viver, de corpo e alma, glorificados por toda eternidade.


Por fim, hoje apresentamos a música "Maria da Aliança", muito conhecida em espanhol, mas dessa vez, em português.


sábado, 27 de março de 2010

Formação ética - O microcosmo e o macrocosmo

A partir de hoje, começaremos a publicar um resumo de uma formação ética dada pelo Pe. José Kentenich a jovens. São vinte pontos, que publicaremos aos poucos.


Apresentação

Na origem do Movimento de Schoenstatt a formação ética teve um papel decisivo. O Fundador propôe aos jovens oferecer à Mãe de Deus os esforços que o empenho ético lhes exigia, para que Ela se estabeleça e transforme uma simples capelinha num lugar de graças. Tem-se aí o núcleo vital e a força motriz do Movimento de Schoenstatt. Assim, a forte acentuação e motivação éticas na formação dos jovens foi naturalmente vinculada, desde o início, ao sobrenatural.

Por formação ética entendemos a purificação, clarificação ou decantação da natureza humana. É uma obra que toda pessoa humana tem como tarefa durante a sua vida terrena. Deus quer nos salvar, mas não o faz sem nossa cooperação. São Paulo diria: é preciso completar no próprio corpo o que falta à ação salvadora de Cristo.

O vínculo à realidade sobrenatural necessita, como base, uma natureza sadia, que se adquire justamente pelo esforço ético. A religiosidade sem ética pouco adianta e a ética sem o elemento religioso chega logo aos limites porque faltam-lhe o objetivo, a motivação e o apoio sobrenaturais.

Assessorando os jovens, Pe. Kentenich desenvolveu uma serie de palestras sobre este assunto (publicadas no „Unter dem Schutze Mariens“). O presente trabalho baseia-se nelas.


01 O microcosmo

No homem encontram-se as cinco realidades do ser e por tanto ele pode ser visto como um microcosmo, um mundo em miniatura. Esta visão tem importância, esclarece muito sobre a existência humana e o Fundador de Schoenstatt, por isso, tratou-a junto com os jovens, por meio de palestras dentro do tema "autoconhecimento e autoformação".

O homem possui elementos minerais que constituem a matéria-prima na construção de sua parte física. É simples matéria que se encontra nele numa determinada composição; é "barro" como a Bíblia se expressa.

Também elementos da realidade vegetativa encontram-se no homem. Temos em comum com a vegetação as características do crescimento vegetativo em todas as partes do nosso corpo.

Com o animal temos em comum o recurso sensorial, as paixões (Leidenschaften, Triebe) e instintos.

Temos vida espiritual como os espíritos (Anjos), e com isso possuímos razão e vontade (livre arbítrio).

Finalmente, participamos da vida divina porque, como cristãos, fomos incorporados em Cristo e beneficiados com fé, esperança e caridade, o que nos eleva a uma nova realidade: ao divino.



02 O macrocosmo

Pelo fato do homem reunir em si elementos das cinco realidades do macrocosmo, ele é influenciado por eles e os influencia.

O macrocosmo é condição para que o microcosmo (homem) possa existir. O macrocosmo (criado) tem por objetivo o homem, está a serviço do homem; sua finalidade é o homem. Tudo foi construído para o homem e em última análise converge tudo para Cristo o Filho do Homem e Filho de Deus. O fato de que o objetivo da criação é o homem, deixa-nos pasmados. Deus criou o mundo para nós e nos para Si.

A criação respeita o homem e está a serviço do homem enquanto este respeita seu Criador. Quando o Criador não é respeitado, a criação se revolta contra o homem e os elementos que constituem este microcosmo caem em desordem, de forma que o elemento animal não obedece mais ao espírito.

Os elementos do macrocosmo unificados no microcosmo, formam uma nova realidade, uma unidade em que um depende do outro. O elemento espírito, por exemplo depende do "animal" e o "animal" depende do espirito. Devem, por isso, viver em harmonia entre si e numa determinada hierarquia. Temos aqui, precisamente, o campo de batalha no qual todo ser humano tem que confrontar-se consigo mesmo. Sua felicidade ou infelicidade é dependente do resultado desta batalha.



No fim de cada post, haverá um vídeo de uma música schoenstattiana. Começamos com "Hasta que el mundo arda por El".